Relatos de Viagem
Palmas-Belém
Confesso que
não tinha planejado, nem sequer pensado no assunto, mas qdo se aproximava o dia
de seguir para Belém com nosso ônibus teatro, dentro de mim despertou um desejo
de continuar a viagem no ônibus, não poderia e nem queria perder essa oportunidade única de atravessar 3 estados brasileiros: Tocantins,
Maranhão e Pará, no nosso valente ônibus azul, o nosso querido Circular Teatro.
Mesmo sabendo que era um trecho mais longo, 1.258Km, com um pouco de receio da Rodovia
Belém – Brasilia, que na verdade nos surpreendeu com suas boas condições,
decidi com muita expectativa percorrer mais esse trecho junto com Rafael Leite
pilotando e dessa vez no apoio técnico, direto de Cuba, Carlos Ceiro .
1 dia
segunda feira, 05 de agosto
Saímos de
Palmas por volta de 9hs, cortando caminho por Barrolândia, e chegamos na Belém-Brasíia,
muito movimentada: carretas,
carros e caminhões, mas para nossa surpresa, rodovia relativamente boa, alguns
buracos, as vezes falta de acostamento, mas seguimos bem. Paramos para almoçar ainda no estado do Tocantins,mas
com a noite se aproximando
decidimos dormir em Porto Franco,
já no estado do Maranhão. Paisagem e sotaques diferente, mas igual a curiosidade em relação ao
nosso ônibus azul. Chegando na pequena cidade percebemos um
ruído estranho na parte baixa do ônibus, alerta pra na manha seguinte procurar
um mecânico em terras maranhenses.
Um dia
difícil!!!logo cedo Rafael e Carlos foram procurar mecânico em Porto Franco, e
batata, problemas no rolamento do
Cardam??? não sei exatamente do que se trata, mas sei que tínhamos que trocar a
tal peça, o que foi feito, mas tb descobrimos que um dos pneus traseiros
precisava ser trocado, compramos um meia vida que durou meia hora!Nova parada
na estrada para o borracheiro improvisar um conserto até chegar na próxima
cidade, Imperatriz, e comprar outro pneu, dessa vez novo. Imperatriz é uma
cidade grande, a segunda do estado do Maranhão, lá foi feito a compra e a troca
do pneu, mas um pouco incomodados com a correira, o
trânsito e a grande desorganização, resolvemos seguir em frente, mesmo que
anoitecendo, até a próxima cidade, Açailândia, onde paramos pra dormir. Na
verdade o dia de hj foi bem desgastante e rodamos pouco, acho que 250Km, mas nada como um bom descanso pra
restabelecer nossas energias pra o novo dia.
3 dia quarta
feira, 07 de agosto
Caímos na
estrada bem cedo, antes das 8h pois a idéia é chegar ainda hj em Belém, e assim
foi, por volta das 12h entramos no
estado do Pará, almoçamos em Ipixuna do Pará onde conhecemos o simpático Sr.
Francisco, alegre e conversador, nos apresentou o prefeito da cidade e disse
que gostaria muito de conhecer esse nosso “teatro”, que o que ele conhecia
mesmo era “só circo”, e a lembrança do palhaço era a mais forte. Muito
interessante como a paisagem muda, a estrada continua muito movimentada, cheia
de retas, vendedores na beira da estrada e muito chão pela frente. Por volta de
18h já na Grande Belém pegamos a primeira chuva e tb um trânsito já bastante
conhecido por nós que moramos em São Paulo, depois de dias nas estradas foi
impactante cair na cidade grande, buzinas, poluição, anoitece e as luzes da
cidade pulsam em Belém. Infelizmente, na madrugada quebraram o vidro do nosso
ônibus, roubaram algumas coisas, nada de muito valor, mas a sensação é muito
ruim, a violência é realmente um
grande nó, e difícil de desfazer, além
do mais, conseguir um vidro para nosso Modelo 1960 é
bastante complicado, mas no final de semana conseguimos fazer uma adaptação e
estamos pronto pra seguir viagem.
Eliana Bolanho
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