22 de jul. de 2013

Diário de bordo das Marias da Luz
Dias  20 e 21 de julho de 2013
Parque  Municipal Flamboyant Goiânia - GO

Dia 20
Do parque da Luz para o Brasil

No dia 20 de julho, no parque municipal Flamboyant, em Goiânia, começou nosso grande desafio, de levar nosso espetáculo Marias da Luz, criado a partir da nosso vivência de um ano e meio de ocupação no parque da Luz em São Paulo, para 12 capitais brasileiras.
E muitas foram as dúvidas, angustias e questões a serem resolvidas. Desde questões conceituais e artísticas a questões praticas e concretas, para adaptarmos da melhor maneira possível, o espetáculo em um parque com outra realidade social e física.
Onde começar o espetáculo? Qual trajetória mais orgânica pra que ele aconteça? Como a dramaturgia criada das histórias recolhidas em São Paulo, cabem nesse novo contexto? Como adaptar o trajeto do nosso ônibus, de forma que, mesmo que ele não entre dentro do parque, como acontece na Luz, o espetáculo vá encontra-lo sem prejudicar a história que estará sendo contada?
Scooby, nosso técnico
Depois de horas de trabalho, chegamos na forma que nos pareceu melhor e começamos nosso espetáculo as 16h e um dia nublado, quente e acolhedor.
E as pessoas foram se aproximando aos poucos. No começo, sem entender direito o que estava acontecendo ali, o que aquela mulher fazia escrevendo no chão, porque uma painel de crianças desaparecidas em um lugar onde tantas crianças vão brincar… Aos poucos, esse público vai crescendo e no final do espetáculo, mais de cem pessoas nos acompanhavam.
Enfim, descobrimos na prática que as histórias dessas mulheres, que nos inspiraram no parque da luz, em São Paulo, em 2012,  se comunicam com as pessoas de qualquer lugar, pois são histórias que poderiam ser de qualquer mulher em qualquer tempo ou lugar!


Dia 21
Em um dia de sol

Rafael Leite
No segundo dia, agora com mais domínio do espaço físico e da trajetória do espetáculo, as Marias da Luz encontraram uma tarde ensolarado e quente em Goiânia. E como todo parque em dias quentes e ensolarados, muitas crianças correndo e brincando. Realidade diferente a nos adaptarmos. No parque da Luz, o número de crianças é muito pequeno e a maioria delas, ficam no parquinho, distante do local onde realizamos a peça. E nosso espetáculo não é infantil, embora seja livre para qualquer público que esteja no parque. Mas sem dúvida, foi o dia que tivemos o maior número de crianças no espetáculo. E elas acompanham, discutem com as personagem, oferecem ajuda… Outro grande aprendizado nessa caminhada pelo Brasil.
No número musical, onde Rafael Leite representa agora os músicos que tocam no parque na Luz e que, em São Paulo, fazem parte do nosso espetáculo, algumas delas dançavam e vinham conversar com as atrizes.
Esse é um grande desafio do teatro na rua. E um grande prazer também. O espetáculo nunca terá o mesmo texto, o mesmo formato e o mesmo tempo que, de certa forma, a sala preta dos teatros nos garante. Ele se modifica muito mais fortemente pelo público, pelo tempo, pelas diferenças físicas do espaço cênico.
Obrigada Goiânia, por nos proporcionar um início de temporada com tantos desafios e alegrias.
Obrigada pelos parceiros locais, que nos ajudaram a realizar a primeira etapa da nossa jornada pelos parque do nosso Brasil.

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